Com alguns termos técnicos, reflexões filosóficas e uma linguagem não-tão-simples, o livro "O que é o virtual?", de Pierre Levy, traz alguns conceitos interessantes para nossa realidade. Começando pelo conceito principal abordado no livro, encontramos a "virtualização". Levy nos dá exemplos claros da virtualização de inúmeras áreas: na economia, com a revolução das transações bancárias online; no corpo, com inúmeras cirurgias estéticas, academias, etc; e até mesmo o texto entra nesse processo, com a criação do hiperlink, com um simples clique você se insere num assunto totalmente diferente do que estava, mais abrangente ou mais específico, relacionado ao assunto ou à pessoa citada, é muito fácil se virtualizar nos dias de hoje. Porém, o autor entende por virtualização não somente o que se relaciona a máquinas e tecnologia. Para ele, a virtualização é uma ideia, um conceito geral, é o questionamento das coisas.
Outro aspecto interessante do livro é o fato do autor nos considerar nômades novamente. Com a virtualização, alterou-se o centro de gravidade dos acontecimentos. Para o jornalismo, essa característica é fundamental. Nosso trabalho foi imensamente enriquecido e facilitado. O jornalismo hoje é global, não dá para ignorar o que acontece a nossa volta.
Pierre Levy nos conta também sobre "inteligência coletiva". O que pensamos, não pensamos por nós mesmos. É uma soma de tudo o que conhecemos, de tudo o que aprendemos durante nossa vida. É o conhecimento de milhares de pessoas que pensaram antes de nós. E, assim que pensamos, damos a oportunidade para outras pessoas de aprenderem isso também. Nem sempre as pessoas a sua volta tem o mesmo nível de instrução que você tem, nem sempre essa inteligência coletiva dos outros tem as mesmas bases que a sua. Por meio desse conceito, você dá oportunidade à outras pessoas de aprenderem o que você sabe, e você também enriquece o seu conhecimento, você também acaba por encontrar pessoas que sabem mais que você, que podem te ensinar algo desconhecido para você até o momento.
Afinal, todos os dias aprendemos coisas novas. E, como jornalistas, todos os dias ensinamos coisas novas.


Bruna Luíza Cordeiro Karas