Na obra "O que é o
virtual", de Pierre Lévy, o autor pretende mostrar ao público uma
diferente abordagem do virtual, não colocando-o como bom ou mau, mas analisando
as consequências que ele traz a sociedade, diferenciando-se dos "apocalípticos"
e dos "integrados" que deram à virtualização um julgamento próprio,
sem balancear seus prós e contras.
Pierre Lévy, em uma parte do
livro, afirma que a virtualização é um processo de materialização de
sentimentos, e de emoções, por exemplo. Para ilustrar, ele cita a arte como a que põem em prática a mais virtualizante das atividades, pois nos faz compartilhar o que sentimos, aquilo que é experimentando no mais íntimo da subjetividade. É a passagem do privado para o público, sem alteração, somente atualização do que estava no interior. Atualização "sofrida" pela arte toda vez que é vista por uma outra pessoa ou por um ângulo diferente, pois jamais é a mesma, assim como o rio de Heráclito, ao qual o autor compara a outro elemento dessa obra, o hipertexto, o qual recebe sempre novos pensamentos, e se modifica com o tempo.
Outra questão bem explicada por Lévy, é a não existência de um pensamento único, criado exclusivamente por uma mente, para ele os pensamentos e concepções dos seres humanos são as junções de várias mentes pensantes, o que ele chama de Virtualização da Inteligência. É esse aglomerado de opiniões e definições de várias pessoas que constroem as concepções de outras, nenhum saber é formado solitariamente, para existir, ele depende dos demais. Ou seja, "nossa inteligência possui uma dimensão coletiva considerável, porque somos seres de linguagem.", nos comunicamos, mantemos relações com a humanidade, seja ela, do meu bairro apenas, ou de diversas partes do mundo.
Kathulin Galuppo Tanan
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