Pierre Levy, filósofo da informação formado pela universidade
de Sorbonne (França), em sua obra “O que é o virtual”, trata sobre a virtualização
sob um olhar filosófico. Aliás, o que é o virtual? Para o autor, se é virtual
não é mais atual, pois o virtual independe do aqui e do agora. O virtual existe
como potência, opondo-se ao atual, respondendo-o. Quando algo se virtualiza, se
torna não real, se desterritorializa. O autor cita o Efeito Moebius, que é
associado à virtualização, retrata o processo de acolhimento da alteridade, sendo
“a passagem do interior ao exterior e vice-versa”. Pierre se aprofunda na
virtualização do corpo. As reconstruções permitem estar em diferentes lugares
ao mesmo tempo, graças a comunicação e a telepresença. Das funções somáticas ao
autocontrole das emoções, nossa vida física e psíquica passa por uma “exterioridade”
complicada, misturando-se circuitos econômicos, intelectuais e
tecnocientíficos. Segundo o autor, essa virtualização dos corpos da qual
desfrutamos hoje é uma nova etapa que sustenta nossa espécie. Levy cita as funções
somáticas: percepções, projeções, reviravoltas, hipercorpo e resplandecência. Sobre
o hipertexto, o filósofo trata, junto à hipermídia e a multimídia interativa,
como um transmissor de um processo de artificialização da leitura. Ao tratar de
ciberespaço, ou a virtualização do computador, através do texto, esse acaba por
ser um reflexo da sociedade, sendo uma virtualização da realidade. Na virtualização
da economia, que caminha para o virtual, pois, após o período entre guerras,
assistimos, segundo o autor, a “emergência de uma economia em abundância.”
Mariane Moreira
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