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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A cultura da convergência: o agente mais importante é o consumidor

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Graziela Fioreze

A cultura da convergência, um fenômeno que ganhou força com o advento da internet, permite que um conteúdo se dissemine por diversos formatos diferentes, dando ênfase nas particularidades de cada plataforma que se abastece desse conteúdo. A base da convergência se concentra na cultura participativa e inteligência coletiva, tendo o usuário como o agente mais importante neste processo. E é nesse momento que se identifica a importância do fã, que alimenta a marca e interage no processo. “Os fãs são o segmento mais ativo do público das mídias, aquele que se recusa a simplesmente aceitar o que recebe, insistindo no direito de se tornar um participante pleno”, conta o autor.
Segundo o autor do livro, a convergência “ocorre dentro dos cérebros de consumidores individuais e em suas interações sociais com outros”.  O fenômeno se origina de um processo social, o “burburinho” no qual as pessoas interagem umas com as outras, divulgando conteúdos de seu agrado, com a intenção de alcançar mais fãs para a marca que consome. E esse burburinho é muito valorizado pelo mercado das mídias. Pode-se dizer que se tornou um agente transformador da sociedade.
A indústria passou a assimilar a convergência como uma estratégia poderosa para tornar a marca ainda mais forte. Não basta vender, a marca precisa estar na memória das pessoas. O objetivo é oferecer uma experiência que vai além do produto que é vendido. Somente através dessa estratégia, a marca ficará na cabeça e no coração das pessoas.
O autor do livro explica o processo da narração transmidiática, em que “cada meio faz o que faz melhor – a fim de que uma história possa ser introduzida num filme, ser expandida pela televisão, romances e quadrinhos; seu universo possa ser explorado em games ou experimentado como atração de um parque de diversões.” O sucesso da narração transmidiática promovida pelas franquias está profundamente relacionado à maneira como estas franquias espalham o conteúdo, seja em livros, filmes, jogos e etc. Vale aqui a sensibilidade das empresas ao identificarem as plataformas que podem ser melhor exploradas pelo conteúdo que produzem. Não pode haver a replicação dos conteúdos. O usuário precisa ser surpreendido, porque isso vai instigá-lo a continuar se alimentando da marca. Por que ele precisa navegar em novas plataformas se a informação divulgada será a mesma? A garantia de sucesso depende tanto da qualidade do conteúdo quanto da forma de distribuição do mesmo.
O livro também discorre sobre a mudança do perfil do consumidor. “Se os antigos consumidores eram previsíveis e ficavam onde mandavam que ficassem, os novos consumidores são migratórios, demonstrando uma declinante lealdade a redes ou a meios de comunicação.” Antes mesmo de tornar-se fiel à marca, o consumidor de hoje é fiel ao conteúdo que lhe é oferecido. A exigência é maior e o usuário precisa ser conquistado pela novidade que aquela nova plataforma vai oferecer. Transformando-se em fã, ele trará novos fãs, que trarão novos fãs, garantindo o sucesso de público consumidor da marca.
No mundo interativo que se formou, o marketing passou a explorar novas estratégias. Trata-se de “um processo cooperativo, em que o profissional de marketing ajuda o consumidor a comprar, e o consumidor ajuda o profissional de marketing a vender”.
A nova mídia opera sob princípios baseados na participação, reciprocidade e comunicação ponto a ponto. A comunicação de “um para muitos” foi deixada no passado. Hoje o usuário quer, antes mesmo de consuimir, participar do processo de criação. Ele quer ajudar.

“Um homem com uma máquina (uma TV) está condenado ao isolamento, mas um homem com duas máquinas (TV e computador) pode pertencer a uma comunidade."

Cultura da Convergência, Henry Jenkins.

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