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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Cultura da Convergência e a indústria do entretenimento

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Amanda Oliveira, Bruna Karas, Eluyse de Lima, Graziela Fioreze e Mariane Moreira.

A Cultura da Convergência ganhou força com o advento da internet. Conforme as mídias vão surgindo e os usuários adaptando-se a elas - ou o contrário -, um leque de possibilidades é oferecido a quem consome os produtos de cada plataforma, destacando as particularidades de cada uma delas. As estratégias de marketing desenvolvidas para “prender” os usuários e reforçar as marcas está cada vez mais presente na chamada “Era Digital”. E é dentro deste contexto que as empresas se esforçam e buscam cada vez mais alternativas para criar uma marca de sucesso. O segredo está diante de nossos olhos e apenas duas palavras são a chave desse enigma: narrativa transmidiática.
Engana-se quem acredita que uma boa obra, bem escrita ou bem produzida, é garantia de sucesso. Para se adequar às estratégias da distribuição em múltiplos canais, a obra precisa ter os requisitos necessários para navegar por diversas mídias, sem perder sua qualidade e essência.
As múltiplas narrativas transmidiáticas podem ser identificadas em diversas obras de  entretenimento que atingiram o sucesso mundial. Aqui, serão analisadas as franquias: Harry Potter, Batman e The Walking Dead.

Harry Potter
Um dos maiores exemplos de convergência de mídias é a franquia Harry Potter, que se tornou um dos grandes sucessos de vendas do mundo do entretenimento. Em seu surgimento, tratava-se de uma obra literária de aventura, e acabou caindo nas graças do público infantil e juvenil. Milhões de crianças tomaram o gosto pela leitura, motivados pelas histórias do jovem bruxo de Hogwarts. Consumado o sucesso dos 7 livros, que venderam cerca de 1 bilhão de exemplares, Harry Potter foi parar nas telas do cinema, ao produzir 8 filmes. Assim como os livros, os filmes não decepcionaram, atribuindo à série o incrível recorde de maior bilheteria de todos os tempos, com mais de sete bilhões de dólares em receitas ao redor do mundo.
A marca consolidou a fidelidade dos consumidores, com milhões de fãs no mundo inteiro. Daí para a frente, ficaria ainda mais fácil criar um novo canal de comunicação entre o fã e a obra. E foi o que aconteceu. Os personagens da história foram convertidos em jogos na internet, jogos de videogame, histórias em quadrinhos, bonecos, vestuário, bichos de pelúcia, dentre tantos outros objetos. Além destes produtos, diversos blogs, sites e comunidades nas redes sociais foram criados, com o objetivo de aproximar ainda mais os “pottermaníacos”. O fanatismo chega a um nível impressionante, em que muitos fãs praticam Cosplay (uma espécie de imitação dos personagens) e se reúnem em eventos criados especialmente para a série.
No ano de 2010, a franquia inaugurou um parque temático na Universal Island of Adventura, em Orlando. O parque de diversões, chamado “Mundo Mágico de Harry Potter”, foi minuciosamente planejado com base nos cenários dos filmes, em que os fãs e simpatizantes da franquia podem realmente se sentir dentro do universo dos bruxos de Hogwarts.
Harry Potter é apenas mais um exemplo de como a narração transmidiática pode revolucionar o entretenimento e a comunicação, rendendo ótimos resultados para as marcas e fortalecendo ainda mais a Cultura da Convergência.

Batman: o homem morcego
Herança dos jornais sensacionalistas do século XIX, as histórias em quadrinhos vem há várias décadas conquistando fãs de todas as idades e localizações geográficas. Criado na década de 30 por Bob Kane e Bill Finger, Batman é um dos super-heróis mais conhecidos do mundo. Há poucos anos atrás podemos observar o sucesso estrondoso que a trilogia Batman de Christopher Nolan obteu.
Logo após do lançamento de “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, a Warner Bros. aproveitou esse sucesso para lançar uma série animada chamada Batman Gothan Knight, que retrata o que aconteceu entre os dois primeiros filmes. Não assistir essa série animada não fará com que a compreensão dos filmes saia prejudicada, porém, retrata um período que não é mostrado nos longa metragens. A narrativa transmídia na franquia Batman também pode ser observada quando o jogo Batman Arkham City é analisado, pois este tem como prelúdio uma HQ. Nessa HQ, o futuro jogador toma conhecimento do que irá acontecer no jogo, porém, não é necessária a leitura para que o jogo seja compreendido.
Se engana quem pensa que é de hoje que a convergência está presente na franquia do homem morcego. Na década de 80, o público pode decidir o destino de um dos personagens que acompanhou Batman por muitos anos, o Robin. A morte foi decidida com a participação do público, que ligava para um número e votava na opção que mais lhe agradava. Isso é a inteligência coletiva sendo aplicada. Ainda em inteligência coletiva, mas voltando alguns anos, na década de 60, surgiu a Batgirl para a série televisiva TV Batman. Sua aceitação foi tão grande que o público pediu para que a personagem fosse incluída, também, nos quadrinhos.
As histórias retratadas nos longa metragens não são as mesmas retratadas nas HQ’s. Existe sim a inspiração, mas são histórias independentes umas das outras. Outro ponto forte que pode ser observado na franquia é que há uma grande interação entre os fãs. Muitos desses fãs produzem curta metragens inspirados no super-herói incorruptível. Esses fãs-filmes, como são chamados, podem ter tanto base nos quadrinhos como podem ter roteiros exclusivos. Um desses curtas, chamado Batman: Dead End foi muito bem aceito pelos fãs e concorreu até a alguns prêmios. A aceitação foi tão grande que inspirou uma HQ feita por fãs, claro.
A franquia do homem morcego não é a única história em quadrinhos que possui um grande leque quando se trata de convergência transmidiatica. A Marvel Comics também investiu em convergência e narrativa transmídia para adaptar histórias em quadrinho para as telonas, no caso com a franquia Os Vingadores, que além das HQ’S, jogos, HQ’S e filmes dos personagens individualmente, o filme em si, agora mais uma plataforma foi adicionada ao leque: uma série televisiva sobre os agentes da S.H.I.E.L.D. A série não trata dos super-heróis em si, mas sim dos agentes responsáveis por juntar os heróis nesse grupo imbatível.

The Walking Dead
Um último exemplo que pode ser destacado é a série The Walking Dead. Seu início também foi por meio dos quadrinhos, que logo depois avançou para uma série na TV e um livro sobre a história. O sucesso foi incontestável e um novo meio de narrativa transmídia surgiu: um jogo de videogame. Nesse caso, o que chama a atenção é como a convergência trouxe a história à luz. Antes da série na TV, o número de pessoas que conhecia e acompanhava os quadrinhos era pequeno, reduzido ao público alvo "comum" dos quadrinhos.
Depois da estreia na televisão, The Walking Dead virou fenômeno mundial e hoje em dia, há pouquíssimas pessoas que não conheçam a história. E o processo de convergência não para por aí: rumores tem surgido de que uma série baseada nos "personagens secundários" da história já está sendo escrita. Ou seja, um desdobramento do foco principal, uma história independente que não comprometerá a história principal e será opcional apenas para quem quiser. Definição exata da narrativa transmidiática.

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